ATO VI
PHORTES CRUZA COM O INIMIGO
LEGIÃO DE LUCATRINTA (em coro)
Vamos pra guerra
Avante, companheiros
A batalha nos espera
Teobaldo tombaremos
GENERAL LUCATRINTA
Derrotar quem não presta
Do inimigo, a viga mestra
Do corpo esfacelado
Sua cabeça é o que nos resta
LEGIÃO DE LUCATRINTA
Invadamos a terra
Avante, ó guerreiros
A batalha nos espera
Teobaldo tombaremos
GENERAL LUCATRINTA
Os da Ordem, desgraçados
De insolência tão eivados
Seus algozes estão em festa
Seus destinos estão traçados
LEGIÃO DE LUCATRINTA
O inimigo que impera
Mataremos tão ligeiro
A batalha nos espera
Teobaldo tombaremos
(entra Phortes a “cavalo”, falando sozinho, do outro lado do palco)
PHORTES
Errar, errar, er...raios!
Na vida, um tanto amante
Da Cruz, por tão lacaio
Eis-me cá, um errante
Será que nada valho?
LEGIÃO DE LUCATRINTA
Vamos pra guerra
Avante, companheiros
(avistam Phortes, interrompem a canção, mas recomeçam:)
A sorte nos encerra
Do inimigo sentimos o cheiro
GENERAL LUCATRINTA
Alto lá, ó solitário
O que carregas na bainha?
No peito, um escapulário
É a Cruz tua Rainha?
PHORTES (covardemente assustado)
Não sou o que pensas...
GENERAL LUCATRINTA
Ouça bem, serei mais claro
O mais cristalino que se pode
Confio mui em meu faro:
Não és tu um da Ordem?
PHORTES (covardemente assustado)
Não sou o que insinuas...
GENERAL LUCATRINTA
Conheces Teobaldo, o Bravo?
Se disseres ‘não’, estarás mentindo
Se não és da Cruz escravo
Por que esta roupa estarias vestindo?
PHORTES (covardemente assustado)
Não é minha, a roubei...
(um galo canta; Phortes começa a chorar)
GENERAL LUCATRINTA (rindo)
Três vezes... três vezes “não”, tal Pietro
(furioso)
Não suporto traidor: vade retro...
(menosprezando-o)
Vá-te! Vá-te! Não to quero perto.
Não vales sujar ma lâmina
Se és da covardia adepto
Largo-te à vil infâmia
LEGIÃO DE LUCATRINTA
Vamos pra guerra
O traidor aqui larguemos
A batalha nos espera
Teobaldo tombaremos
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