O valor religioso do Templo
Para os judeus – O Templo de Salomão era o símbolo maior da fé judaica – a Casa de Deus, onde podia ser encontrado (Números, 17:4); onde Ele habitava no meio do povo (1 Reis, 6:13).
Foi o prédio construído pelo mais sábio e mais glorioso Rei de Israel, Salomão, filho de Davi, de acordo com um projeto do Tabernáculo entregue pelo próprio Deus nas mãos do patriarca Moisés, quando os hebreus atravessavam o deserto a caminho de Canaã. O Templo guardava a Arca da Aliança, também construída sob as ordens do Senhor, lembrança do pacto firmado para ser eternamente o Deus daquele povo.
Ademais, lembremo-nos que o Monte Moriá é ainda sagrado por ter sido ali onde Abraão, em nome de Deus, quase matara seu filho Isaque, bem como o local em que Davi encontrou e acalmou o Anjo que vinha destruir Jerusalém.
Para os cristãos – Apesar de Jesus trazer uma nova concepção de “templo”, o Templum Salomonis, reconstruído por Herodes, tem importância para os cristãos por ter sido palco de algumas passagens da vida do Messias: Jesus ali esteve, desde criança, por várias oportunidades durante as Páscoas, em companhia de seus pais José e Maria. Em uma dessas ocasiões, teria se perdido e, após procurado por três dias, encontrado entre os professores e doutores da Lei, dialogando de igual para igual (Lucas. 2:41-50).
Em outra ocasião, Jesus, já homem feito e tomado de cólera diante da vulgarização do culto com as tantas operações mercantis que faziam do Templo mais um mercado que um lugar de orações, “passou a expulsar os que vendiam e compravam, derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas” (Marcos, 11:15), purificando o Templo, que mais parecia um “covil de ladrões”. Além de vários sermões, ensinamentos e curas no pátio do Templo, o apóstolo evangelista João conta que Jesus chegou a sair correndo, fugindo do apedrejamento dos judeus (João, 8:59).
Mas talvez o fato mais misterioso da ligação de Cristo com a Casa de Deus foi quando aquele padeceu na cruz, e “(…) o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (Mateus, 27:51), expondo o Santíssimo Lugar aos impuros e profanos olhos do mundo.
Para os muçulmanos – O Templo de Jerusalém, para os descendentes de Ismael, era masjid el-aksa, “o mais distante Templo”, referente a uma visão que Maomé teria tido em 620 d.C., em que voava montado em um corcel até o monte Moriá, ou Sião, para encontrar-se com Abraão, Moisés e Jesus, ascendendo ao trono de Deus, passando pelos sete céus, conforme descrito em 17:1 do Alcorão .
Nenhum comentário:
Postar um comentário