segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
ORDEM DA CAVALARIA 5
ORDEM DA CAVALARIA 4
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
SINHAZINHA CARRETEL*
arredio e atrás de melado, a dispensa
apresentação dispensa.
Fora herói pr’uma alma a quem emprestou asas
e que na grande casa... lá servia;
fez anjo uma de tez escura,
uma negra pura
que não é mais escrava não.
Era ele um viandante, um luso elegante
que, chegando ofegante, cá parou
dez dias.
Dizia ser senhor do mundo;
e o negro imundo que vos fala
de lembrar quase se cala
de tanta tristeza e saudade:
é que a “Dona Liberdade”
certa noite descobriu meu ninho
e no meio de um carinho
Carretel cismou: “vou m’embora!
Não te apavora
morrer sem correr,
uma vez ao menos,
por estas praias feito caranguejo?”.
Eu, com um beijo, a fiz calar
porque suportar sua falta
era cruz tão alta, tão sofrível...
tão difícil de carregar;
amei-a, então, mais que a vida
e aquela coisa doída perdeu-se ali.
Mas a princesa deste chão
– meu coração,
viu no luso a salvação:
tornar-se-ia com’uma cotovia:
livre! A sua carta de alforria,
sabia,
se escondia no amor do português.
O pobre moço,
ao despir sua timidez,
seu alvoroço,
Repetiu mais de uma vez,
que eu ouvi:
“__ Essa negrinha vai ser minha!
Nem que eu tenha que preto virar,
perder a linha, roubar (pois que roubou-me ela o sossego!)
a rapariga, e quem quer que me siga
descobrir-me-á realizado!
Quero ser seu negro!”
Certa feita, ele a’bordou num canto
e, para meu espanto,
ela sorriu
quando ele lha ofereceu
tão sonhada liberdade,
mais mil doces tardes
na Sintra de mil flores
a desfilar em sua janela.
Carretel deu-lhe trela
e de forma singela
jurou-lhe, falsa, fiel amor.
Este rancor
que corrói o meu presente
ainda lembra das desculpas
dela.
Ela, que as cuspia no meu corpo
na noite que, após o dele quarto,
foi ao meu contar seus planos;
eu, quase farto, padeci
diante do meu maior engano:
amar insano, tão louco, uma mulher.
O plano deles?
Seria na Festa do Divino
Que eles escondidos
dos alvos, partiriam
no ‘blém-blém’ dos sinos,
rumo ao seu destino:
o além-mar.
Chorei a vida
vendi a alma
perdi a calma
e lhe implorei ficar.
À Iemanjá fiz oferenda
mas nem ela me escutou.
Não podia um simpl’escravo
amarrar consigo o espírito
livre de uma princesa
africana.
Ela fez a gentileza
de deixar-me uma certeza:
eu a fiz muito rainha.
Mas para tristeza minha,
mais que eu, ela queria
ver-se livre das correntes.
Chegado o dia combinado,
estava tudo preparado:
os convidados murmurantes
com seus semblantes displicentes
irritavam, inocentes, a negra moça
no instante todo da espera do pecado
que o covarde do amante,
nada galante, ainda não se arriscara
mergulhar.
Mergulhar em rebeldia
àquelas alegorias falsas,
gurias meras,
infantis quimeras,
tédio de valsas...
que lhe faziam tanto mau.
“__ Fujas comigo, cases comigo,
meu amor. Partamos já!” – chilrou enfim.
Ela, que servia a nobreza vazia,
com os olhos em lágrimas, virou-se para mim.
O sorriso que (fingi!) fugiu-me os dentes
rompeu as correntes que a prendiam mais até
que o grilhão que sua cor lhe impôs aos pés.
Pés descalços
que, em passos falsos,
tentara fugir, desde a idade tenra.
Sempre quis e pode agora
“quilombear”.
Os filhos da Mãe Terra,
da África Mãe, negros dos meus
sonharam o apogeu daquela uma.
Libertos, fugidos, ainda... foram ao cais
e naquele raiar, nós fomos reis,
como éramos lá do outro lado.
Presentearam não Iemanjá, mas a livre
que um dia tive em braços cansados.
Naquela manhã dos pretos,
o sol era ribalta do cenário
muito embora desnecessário
pois já era tudo belo
para aquela negra minha.
Carretel,
A noiva sem véu
de dedos lambuzados de mel (da sua Lua)
perdeu o anel (ou seria a aliança?)
herdado na dança, dela ida criança
do inferno ao céu
num navio de papel.
Na despedida (tão sofrida!)
não resistiu
da nave, o assobio;
na face, uma lágrima se viu
recompôs-se elegante, virou-se e com olhar distante
ganhou o esp’ássaro. Uma gaivota flagrou
na pele marrom, um arrepio
ciente que a viagem era sem volta;
livres (só elas o são!) as aves eram escolta
e testemunhas do fel
que dava gosto àquela insensatez.
O português ao lado, ignorado e cortês
acenava para os do porto.
O povo, de sorriso torto, retribuía ao infeliz
- o maldito que quis
carregar
para longe, a mais bela daquelas,
moça que atirara o que lha afligia os dedos ao mar
(em minhas mãos).
* Texto escrito em 31.03.2002. Dele nasceu um outro conto meu, intitulado "Dos fantasmas que habitam as senzalas"
ORDEM DA CAVALARIA 3
“Vai e diz a meu servo Davi: Assim, diz o Senhor: Tu me construirás uma casa para minha habitação? Porque não habitei em casa, desde o dia em que fiz subir do Egito os filhos de Israel até o dia de hoje, mas tenho andado em tenda e tabernáculo. Para onde tenho andado com os filhos de Israel, falei porventura alguma palavra a qualquer das suas tribos a que mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Porque não edificais uma casa de cedro? (…) Quando teus dias terminarem e dormires com teus pais, então estabelecerei depois de ti um dentro de tua descendência, que sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Ele construirá uma casa ao meu nome e eu fortificarei eternamente o seu reino” (2 Samuel, 7: 5-7, 12-13)
“(…) Filho meu, tive em meu coração a proposta de edificar casa ao nome do Senhor meu Deus. Porém, veio sobre mim a palavra de Deus, dizendo: Sangue em abundância derramaste, e grandes guerras tens feito, não edificarás a casa para meu nome, pois sangue em abundância tens derramado na terra, em minha presença.” (1 Crônicas, 22:7-8)
“Tu sabes que Davi, meu pai, não pôde construir o templo para o nome do Senhor, seu Deus, por causa das guerras que o cercavam, até que Deus colocou seus inimigos debaixo da planta de seus pés. E agora, porém, o Senhor, meu Deus, me deu paz de todos os lados, e não há mais adversários, e nenhum mal encontro.” (1 Reis, 5:3-4)
“(…) Este rei [Salomão] coligiu, de vários países do mundo, uma classe maior de operários especializados, que totalizavam oitenta mil talhadores de pedras. Entre outras mudanças que levou a efeito, Salomão escolheu três mil dentre os mais hábeis operativos e colocou-os como governadores ou superintendentes da obra. Todos eles foram classificados sob o termo geral de Maçons. Nessa ocasião Salomão recebeu inúmeras indicações lisonjeiras do espírito amistoso de soberanos vizinhos e, entre outros, de Hirão, de Tiro, que lhe ofereceu os recursos do reino tírio. Por esta maneira, o rei de Israel pôde conseguir a madeira essencial à construção do templo. Um filho de Hirão, chamado Ainão, foi nomeado Mestre Maçom dessa grande obra e distinguiu-se particularmente pelos seus conhecimentos de geometria. Era o mestre principal de todos os Maçons empenhados na construção do templo judaico, e um mestre proficiente do entalhar e do esculpir, e de todos os tipos de maçonaria exigidos pelo sagrado edifício.”
ATENÇÃO: MUDANÇA DE RUMO - MAIS UM BLOG
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
MERCHANDISING 3
LENDAS SUBTERRÂNEAS
LIVRO O SEGREDO DO MEU AVÔ AGUÇA A CURIOSIDADE DOS JOVENS SOBRE UM TÚNEL IMAGINÁRIO NO SUBSOLO DO TEATRO CARLOS GOMES
Além do Ramiro Ruediger, do Castelinho da Rua XV e do Museu da Família Colonial, Blumenau tem um patrimônio único, fincado à cultura: a lenda dos túneis subterrâneos. No imaginário popular, permanece a história de que, no subsolo da cidade, foram construídas passagens na época da Segunda Guerra Mundial, que auxiliavam comunidades secretas e facilitavam fugas. Baseado nesse cenário fictício, Fernando Henrique Becker Silva escreveu um romance policial infanto-juvenil chamado O Segredo do Meu Avô.
ORDEM DA CAVALARIA 2
A Razão do Templo: a Arca da Aliança
O Templum Domini foi edificado para o sagrado propósito de guardar a Arca da Aliança, onde estavam encerradas as Tábuas da Lei, que Deus entregou a Moisés no Monte Sinai. A Arca representaria a aliança, o acordo, o pacto de união entre os reinos do céu e da terra, o trato feito entre Deus e o povo de Israel.
O artesão Bezalel, escolhido pelo próprio Deus, foi quem construiu a Arca, que era de madeira de acácia, media dois côvados[1] e meio de comprimento, um côvado e meio de largura e um côvado e meio de altura[2]; era revestida, por dentro e por fora, com ouro puro; tinha quatro argolas do mesmo metal - duas de cada lado, por onde eram passados dois cabos de madeira de acácia e também revestida de ouro, com as quais era carregada (Êxodo, 37:1-9).
Na Arca foram guardadas as duas tábuas de pedra (Êxodo, 25:16), um vaso contendo maná[3] e a vara de Arão, da qual saíram brotos[4] (Hebreus, 9:4), porém, quando foi colocada no Templo, havia somente as duas Pedras (2 Crônicas, 5:10), visto que os demais objetos haviam sido perdidos ou roubados.
[1] Um côvado correspondente a 45 centímetros, segundo a Bíblia de Estudo Plenitude. São Paulo, Sociedade Bíblica do Brasil: 1995.
[2] Na “Tradução para a Linguagem de Hoje”, as medidas da arca são as seguintes: 1,10m de comprimento, 0,66m de altura e 0,66m de largura.
[3] Êxodo, 16: 31 a 36.
[4] Números, 17.
ORDEM DA CAVALARIA 1
Desde que o homem tomou consciência de si, três perguntas têm lhe atormentando a existência: “de onde vim?”, “por que cá estou?” e “para onde vou?”. E é na Mitologia Judaica que empreenderemos a busca por respostas para estas três perguntas.
Perdido nos livros do Antigo Testamento, o Templo de Jerusalém ganhou algum destaque e prestígio durante a Idade Média, por conta do surgimento da Ordem dos Cavaleiros Templários, a mais poderosa organização militar do período medieval e cujo último Grão-Mestre, Jacques DeMolay, foi preiteado por uma organização de jovens fundada em 1919: a Ordem DeMolay.
Mas qual seria a importância do Templo de Salomão? Por que justamente este lugar foi dado aos cavaleiros? Qual a magia e os mistérios que envolvem o Templo?
A lenda do Templo de Salomão evidencia a existência de verdades assimiladas e perpetuadas pelo povo hebreu, recebido talvez pelo próprio IHVH.
Porém, adverte-nos RAMON AROLA (in O Simbolismo do Templo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1986, p. 33):
“Buscar o Templo de Salomão entre os resíduos de pedra, é ignorar de que templo se está falando. O templo de Salomão é o templo perfeito e sincrônico que Deus desenha ao criar o mundo, é o seu ato puro, a fim de configurar sua morada. Este ato não consta da história, da cronologia; este ato, esta divisão/temporalização de sua Unidade oculta, ocorre agora, neste instante, porém não sabemos vê-lo, posto que enxergamos apenas com os olhos externos, com as quantidades e, desta forma, é impossível ‘ver’ o Templo de Salomão. Seria ridícula pretensão, querer-se falar dos conteúdos simbólicos do templo.”
É a nossa deixa!
MERCHANDISING 2
MERCHANDISING 1
Uma narrativa envolvente e sedutora. São estas as principais características do terceiro romance publicado por Fernando Henrique Becker Silva, intitulado “O Segredo do Meu Avô”. A obra foi lançada no início deste mês e é destinada ao público pré-adolescente. “O livro é inspirado na Coleção Vagalume, que causou furor entre os adolescentes nas décadas de 80 e 90”, ressalta Fernando. Apesar de ter sido lançada recentemente, a obra já é alvo de críticas positivas e de elogios.Uma das mais instigantes e difundidas lendas urbanas da cidade de Blumenau é o tema abordado pelo autor no livro. Reza a lenda que o Teatro Carlos Gomes teria sido construído para receber Adolf Hitler no Brasil, ou ainda, para ser sede do III Reich nas Américas. Há comentários também que existem vários túneis secretos que cruzam o subsolo da cidade, o que permitiriam uma fuga emergencial do grande ditador alemão. “A obra é pura ficção, porém, o contexto histórico da obra é verdadeiro”, explica Fernando. Segundo o autor, o objetivo do livro, além de incentivar o estudo da história local, é criar o hábito da leitura nos adolescentes. O livro demorou três anos para ser finalizado e há uma grande possibilidade da obra se tornar filme. A obra está sendo distribuída em todo o Brasil, inclusive para escolas, e quem quiser adquirir um exemplar do livro pode encontrar em Gaspar, na loja Xodó Som.
O autor
Interatividade
Para conhecer mais sobre os trabalhos de Fernando Henrique Becker Silva, pode acesse o site http://www.osegredodomeuavo.com.br/. Nele, o leitor pode situar-se por meio do mapa da cidade, ver fotos dos principais pontos mencionados no livro, contribuir para a construção da lenda dos túneis secretos de Blumenau, narrando suas experiências ou contando o que já ouviu a respeito, deixar um recado para o autor e desvendar o mistério lançado no final do livro."
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
NOVA LEGITIMIDADE ATIVA NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
Traz-se, por oportuno, que o artigo 74, da Lei Complementar nº 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte) já previa que também as empresas de pequeno porte são admitidas como proponentes de ação perante os Juizados Especiais Cíveis.
Por se tratar da LC 123/2006 de lei hierarquicamente superior, as empresas de pequeno porte permanecem com legitimidade para propor ação nos Juizados Especiais Cíveis, apesar de excluídas (ou melhor, não incluídas) pela Lei n.º 12.126/2009.
JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA
Num sistema bastante semelhante ao dos Juizados Especiais Federais (criados pela Lei n.º 10.259/2001), agora pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte poderão promover ações em face dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.
Vale o destaque de que, para a execução de sentenças condenatórias de obrigação de pagar, até a publicação pelo ente da Federação de lei própria¹ que estabeleça, para os fins do disposto no § 3º do art. 100 da Constituição Federal e no art. 78 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, as obrigações de pequeno valor (a ser satisfeita mediante RPV²), serão assim consideradas quarenta (40) salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Federal e trinta (30), quanto aos Municípios. As sentenças cuja obrigação exceda tais valores serão satisfeitas mediante precatório.
¹ Em Blumenau (SC), a Lei Municipal Ordinária n.º 7.419/2009 define como de pequeno valor “os débitos ou obrigações da Administração Direta do Município, suas Autarquias e Fundações Públicas oriundos de sentenças judiciais transitadas em julgado, cujo montante não exceda a R$ 6.975,00 (seis mil novecentos e setenta e cinco reais)". Sendo devedora a Fazenda Pública Estadual, em Santa Catarina considera-se de pequeno valor as obrigações de até quarenta salários mínimos, nos termos da Lei Estadual n. 13.120/2004.