segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

ORDEM DA CAVALARIA 5

As várias destruições do Templo



O Templo de Salomão foi destruído pela primeira vez em 586 a.C, pelos caldeus, liderados por Nabucodonosor, que profanaram e queimaram “o lugar santo onde Ele devia ser adorado” (2 Crônicas, 36:14), levando o povo de Israel e os tesouros contidos no Templo para a Babilônia.

Setenta anos mais tarde, o Templo foi reconstruído pelos próprios judeus (515 a.C.), no reinado de Zorobabel, aproximadamente vinte e três anos depois de terem retornado do cativeiro, libertados pelo rei persa Ciro (Esdras, 5).

Entre 20 e 21 a.C, Herodes, o rei da terra dos judeus quando Jesus nasceu (Lucas, 1:5) fez obras e ampliou o Templo, treinando “mil levitas como pedreiros e carpinteiros” (READ, p.22), visto apenas sacerdotes poderem entrar no recinto do Templo.

O romano Tito (Titus), em 70 d.C., destruiu o Templo, pilhando-o e levando para Roma seus tesouros, dentre os quais o Candelabro de ouro.

Em meados de 363 d.C., o Imperador Romano Juliano, pagão, tentou reconstruir o Templo, porém fora impedido por várias calamidades naturais. O local fora, então, utilizado pelos bizantinos como depósito de lixo, até que das ruínas do Templo, o califa Omar construiu a mesquita de al-Aqsa, na extremidade sudoeste do monte do Templo.

Reconquistada Jerusalém na Primeira Cruzada, a mesquita foi dada pelo Rei Baduíno II como abrigo aos nove cavaleiros que se ofereciam para defender os peregrinos que visitavam aquela cidade sagrada tanto para os judeus, como para cristãos e muçulmanos.

ORDEM DA CAVALARIA 4

Aspectos arquitetônicos do Templo




O Templum Domini está exaustivamente descrito em 1 Reis, 6:1-38 e 2 Crônicas, 3:3-17, e 4:1-22, porém as duas colunas que guarneciam sua entrada (e que revelam a influência da arquitetura fenícia) merecem destaque: eram de bronze; foram fundidas por Hiran Abiff; mediam cada uma 8,0m de altura e 1,6m de diâmetro; e eram enfeitadas, no alto, com desenho de correntes entrelaçadas, e duas carreiras de romãs também feitas de bronze. A coluna à direita da entrada do Templo era chamada de JAQUIM, e a que ficava à esquerda, BOAZ.

A ‘Tradução para a Linguagem de Hoje’ da Bíblia Sagrada explica que JAQUIM “em hebraico soa parecido com a palavra ‘ele [Deus] estabelece’“, enquanto que BOAZ significaria “‘pela sua [de Deus] força’“, versão corroborada por HORNE , fundado na Enciclopédia Judaica, dentre as tantas interpretações maçônicas que cita em seu completíssimo livro. “Ele firmará... pela sua força”, dizia as colunas, o que cumpriria a promessa de Deus “ele [Salomão] construirá uma casa ao meu nome e eu firmarei eternamente o seu reino” (2 Samuel, 7:13).

O Templo foi construído nos moldes do projeto do Tabernáculo, entregue pelo próprio Deus a Moisés, donde especula-se tinha sua entrada voltada para o Oeste (Ocidente), enquanto o Sanctum Sactorum (“Santo dos Santos”, ou “Santíssimo Lugar”), onde era guardada a Arca da Aliança protegida por uma cortina, ficava na parte Leste (Oriente). A orientação Leste-Oeste do Templo é explícita em 1 Crônicas, 26:17-18: “cada dia havia seis guardas no leste, quatro no norte e quatro no sul. Quatro guardas ficavam nos depósitos: dois em cada um. No pátio oeste ficavam quatro guardas perto da estrada (…)”, uma vez entendendo que os depósitos ficavam nas laterais do Templo, e a entrada dava, provavelmente para a estrada. Respeitante ao Tabernáculo, Êxodo, 27:12-13 dá certeza quanto à orientação Leste-Oeste, contudo restam dúvidas quanto “o lado de trás da Tenda, o lado oeste” (Êxodo, 26:22), se era o lado da entrada ou do Santíssimo Lugar.

O que diferenciava as duas ‘Casas de Deus’ – a provisória e a definitiva – é que o Templo de Jerusalém foi construído por materiais mais duráveis (e luxuosos) e tinha exatamente o dobro das proporções do Tabernáculo, que era uma tenda onde aquele povo nômade, a caminho da ‘Terra Prometida’, guardava a Arca da Aliança.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

SINHAZINHA CARRETEL*

O marmanjo que invadiu,
arredio e atrás de melado, a dispensa
apresentação dispensa.
Fora herói pr’uma alma a quem emprestou asas
e que na grande casa... lá servia;
fez anjo uma de tez escura,
uma negra pura
que não é mais escrava não.
Era ele um viandante, um luso elegante
que, chegando ofegante, cá parou
dez dias.
Dizia ser senhor do mundo;
e o negro imundo que vos fala
de lembrar quase se cala
de tanta tristeza e saudade:
é que a “Dona Liberdade”
certa noite descobriu meu ninho
e no meio de um carinho
Carretel cismou: “vou m’embora!
Não te apavora
morrer sem correr,
uma vez ao menos,
por estas praias feito caranguejo?”.
Eu, com um beijo, a fiz calar
porque suportar sua falta
era cruz tão alta, tão sofrível...
tão difícil de carregar;
amei-a, então, mais que a vida
e aquela coisa doída perdeu-se ali.
Mas a princesa deste chão
– meu coração,
viu no luso a salvação:
tornar-se-ia com’uma cotovia:
livre! A sua carta de alforria,
sabia,
se escondia no amor do português.
O pobre moço,
ao despir sua timidez,
seu alvoroço,
Repetiu mais de uma vez,
que eu ouvi:
“__ Essa negrinha vai ser minha!
Nem que eu tenha que preto virar,
perder a linha, roubar (pois que roubou-me ela o sossego!)
a rapariga, e quem quer que me siga
descobrir-me-á realizado!
Quero ser seu negro!”
Certa feita, ele a’bordou num canto
e, para meu espanto,
ela sorriu
quando ele lha ofereceu
tão sonhada liberdade,
mais mil doces tardes
na Sintra de mil flores
a desfilar em sua janela.
Carretel deu-lhe trela
e de forma singela
jurou-lhe, falsa, fiel amor.
Este rancor
que corrói o meu presente
ainda lembra das desculpas
dela.
Ela, que as cuspia no meu corpo
na noite que, após o dele quarto,
foi ao meu contar seus planos;
eu, quase farto, padeci
diante do meu maior engano:
amar insano, tão louco, uma mulher.
O plano deles?
Seria na Festa do Divino
Que eles escondidos
dos alvos, partiriam
no ‘blém-blém’ dos sinos,
rumo ao seu destino:
o além-mar.
Chorei a vida
vendi a alma
perdi a calma
e lhe implorei ficar.
À Iemanjá fiz oferenda
mas nem ela me escutou.
Não podia um simpl’escravo
amarrar consigo o espírito
livre de uma princesa
africana.
Ela fez a gentileza
de deixar-me uma certeza:
eu a fiz muito rainha.
Mas para tristeza minha,
mais que eu, ela queria
ver-se livre das correntes.
Chegado o dia combinado,
estava tudo preparado:
os convidados murmurantes
com seus semblantes displicentes
irritavam, inocentes, a negra moça
no instante todo da espera do pecado
que o covarde do amante,
nada galante, ainda não se arriscara
mergulhar.
Mergulhar em rebeldia
àquelas alegorias falsas,
gurias meras,
infantis quimeras,
tédio de valsas...
que lhe faziam tanto mau.
“__ Fujas comigo, cases comigo,
meu amor. Partamos já!” – chilrou enfim.
Ela, que servia a nobreza vazia,
com os olhos em lágrimas, virou-se para mim.
O sorriso que (fingi!) fugiu-me os dentes
rompeu as correntes que a prendiam mais até
que o grilhão que sua cor lhe impôs aos pés.
Pés descalços
que, em passos falsos,
tentara fugir, desde a idade tenra.
Sempre quis e pode agora
“quilombear”.
Os filhos da Mãe Terra,
da África Mãe, negros dos meus
sonharam o apogeu daquela uma.
Libertos, fugidos, ainda... foram ao cais
e naquele raiar, nós fomos reis,
como éramos lá do outro lado.
Presentearam não Iemanjá, mas a livre
que um dia tive em braços cansados.
Naquela manhã dos pretos,
o sol era ribalta do cenário
muito embora desnecessário
pois já era tudo belo
para aquela negra minha.
Carretel,
A noiva sem véu
de dedos lambuzados de mel (da sua Lua)
perdeu o anel (ou seria a aliança?)
herdado na dança, dela ida criança
do inferno ao céu
num navio de papel.
Na despedida (tão sofrida!)
não resistiu
da nave, o assobio;
na face, uma lágrima se viu
recompôs-se elegante, virou-se e com olhar distante
ganhou o esp’ássaro. Uma gaivota flagrou
na pele marrom, um arrepio
ciente que a viagem era sem volta;
livres (só elas o são!) as aves eram escolta
e testemunhas do fel
que dava gosto àquela insensatez.
O português ao lado, ignorado e cortês
acenava para os do porto.
O povo, de sorriso torto, retribuía ao infeliz
- o maldito que quis
carregar
para longe, a mais bela daquelas,
moça que atirara o que lha afligia os dedos ao mar
(em minhas mãos).


* Texto escrito em 31.03.2002. Dele nasceu um outro conto meu, intitulado "Dos fantasmas que habitam as senzalas"

ORDEM DA CAVALARIA 3

A construção do Templo


“Vai e diz a meu servo Davi: Assim, diz o Senhor: Tu me construirás uma casa para minha habitação? Porque não habitei em casa, desde o dia em que fiz subir do Egito os filhos de Israel até o dia de hoje, mas tenho andado em tenda e tabernáculo. Para onde tenho andado com os filhos de Israel, falei porventura alguma palavra a qualquer das suas tribos a que mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Porque não edificais uma casa de cedro? (…) Quando teus dias terminarem e dormires com teus pais, então estabelecerei depois de ti um dentro de tua descendência, que sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Ele construirá uma casa ao meu nome e eu fortificarei eternamente o seu reino” (2 Samuel, 7: 5-7, 12-13)
 Portanto, foi Salomão quem mandou construiu o Templo em nome de Deus. Seu pai, o Rei Davi, teria se justificado porque a si não coube tal honra:

“(…) Filho meu, tive em meu coração a proposta de edificar casa ao nome do Senhor meu Deus. Porém, veio sobre mim a palavra de Deus, dizendo: Sangue em abundância derramaste, e grandes guerras tens feito, não edificarás a casa para meu nome, pois sangue em abundância tens derramado na terra, em minha presença.” (1 Crônicas, 22:7-8)

Davi tinha suas mãos sujas de sangue porque durante seu reinado lutara contra os filisteus, além de ter guerreado contra as tribos de Moabe, Amom, Edom, e Aram. Todavia, o sapientíssimo Salomão (1 Reis, 3:5-12) valeu-se de eufemismo para explicar ao Rei Hiran, de Tiro, que seu pai não realizara a obra por pura falta de tempo:

“Tu sabes que Davi, meu pai, não pôde construir o templo para o nome do Senhor, seu Deus, por causa das guerras que o cercavam, até que Deus colocou seus inimigos debaixo da planta de seus pés. E agora, porém, o Senhor, meu Deus, me deu paz de todos os lados, e não há mais adversários, e nenhum mal encontro.” (1 Reis, 5:3-4)
Mesmo sendo no reinado de Davi que os primeiros preparativos para a construção foram feitos (1 Crônicas 22; e 28:11), a obra teve início no quarto ano do reinado de Salomão, três anos após a morte de seu pai, no segundo dia do segundo mês, Zive (provavelmente no mês de maio do ano de 966 a.C. ), quatrocentos e oitenta anos após a saída do povo de Israel do Egito.

Foi edificado sobre o Monte Moriá, na eira do jebuseu Araúna (Ornã, ou Aarão), perto do lugar em que Abraão esteve prestes a oferecer seu filho Isaac em holocausto, e perto também de onde o Rei Davi, que havia provocado a ira de Deus por inadvertidamente levantar o censo de seu povo, encontrou e apaziguou o Anjo que destruiria Jerusalém (2 Crônicas, 3:1).

Tratando da construção do Templo, HORNE cita a interpretação das Velhas Instruções por George F. Fort:

“(…) Este rei [Salomão] coligiu, de vários países do mundo, uma classe maior de operários especializados, que totalizavam oitenta mil talhadores de pedras. Entre outras mudanças que levou a efeito, Salomão escolheu três mil dentre os mais hábeis operativos e colocou-os como governadores ou superintendentes da obra. Todos eles foram classificados sob o termo geral de Maçons. Nessa ocasião Salomão recebeu inúmeras indicações lisonjeiras do espírito amistoso de soberanos vizinhos e, entre outros, de Hirão, de Tiro, que lhe ofereceu os recursos do reino tírio. Por esta maneira, o rei de Israel pôde conseguir a madeira essencial à construção do templo. Um filho de Hirão, chamado Ainão, foi nomeado Mestre Maçom dessa grande obra e distinguiu-se particularmente pelos seus conhecimentos de geometria. Era o mestre principal de todos os Maçons empenhados na construção do templo judaico, e um mestre proficiente do entalhar e do esculpir, e de todos os tipos de maçonaria exigidos pelo sagrado edifício.”
Este Ainão (Hirão Abiff, Hurão, ou Adonirão) teria recebido a mesma inspiração divina que Bezalel, o construtor das instrumentálias do Tabernáculo. Foi Hirão Abiff, segundo a Bíblia, quem fundiu as colunas de bronze e fez os objetos de metais valiosos que compunham o interior do Templo de Salomão.

Enquanto a tradição maçônica aponta-o como filho do Rei de Tiro, na Bíblia consta que seu pai era um homem de Tiro, e sua mãe era da tribo de Naftali (1 Reis, 7:14).

Talvez pela divina advertência de que, caso construído um altar de pedras para Deus, não se usasse “pedras forjadas” (ferramentas) para cortá-las (Êxodo, 20:25), sabe-se que na construção do Templo foram utilizadas madeiras já cortadas e preparadas na própria Floresta do Líbano (2 Crônicas, 2:16), e pedras extraídas nas pedreiras e planícies de Zeredatá, também já devidamente cortadas, esquadriadas e numeradas para serem somente encaixadas no local da construção, de modo que no canteiro de obras em Jerusalém só houvesse harmonia e paz entre os pedreiros, uma vez que não se ouviu barulho de martelos, machados ou qualquer outra ferramenta (1 Reis, 6:7).

A narrativa contida no Antigo Testamento conta 153.300 trabalhadores envolvidos na obra, que foi concluída em sete anos e seis meses: no oitavo mês, Bul, do décimo primeiro ano de reinado de Salomão (1 Reis, 6:38); por volta, portanto, de novembro de 959 a.C.

ATENÇÃO: MUDANÇA DE RUMO - MAIS UM BLOG

Conspícuos,

Atendendo a uma oportuna sugestão, e justamente para poupar aqueles que pretendem especificamente se manter atualizados das novidades legislativas, doutrinárias e jurisprudenciais de Direito Processual Civil, criei um segundo blog, agora intitulado "PROFESSOR FH BECKER SILVA", destinado apenas a este assunto:


As tais novidades processuais continuarão sendo lançadas aqui, neste blog, só que entremeadas com outros textos meus. Desta forma, aqueles que preferirem permanecer vinculados apenas a este blog não sofrerão qualquer prejuízo. São, portanto, convidados a permanecerem.

Beleza?



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

MERCHANDISING 3

Matéria publicada no JORNAL DE SANTA CATARINA, em 13/05/2009 (edição n.º 11625), de autoria da jornalista Wania Bittencourt :

LENDAS SUBTERRÂNEAS

LIVRO O SEGREDO DO MEU AVÔ AGUÇA A CURIOSIDADE DOS JOVENS SOBRE UM TÚNEL IMAGINÁRIO NO SUBSOLO DO TEATRO CARLOS GOMES

Além do Ramiro Ruediger, do Castelinho da Rua XV e do Museu da Família Colonial, Blumenau tem um patrimônio único, fincado à cultura: a lenda dos túneis subterrâneos. No imaginário popular, permanece a história de que, no subsolo da cidade, foram construídas passagens na época da Segunda Guerra Mundial, que auxiliavam comunidades secretas e facilitavam fugas. Baseado nesse cenário fictício, Fernando Henrique Becker Silva escreveu um romance policial infanto-juvenil chamado O Segredo do Meu Avô.
Segundo Silva, a vontade de escrever um livro ambientado em Blumenau, tendo como amarrações as lendas urbanas, surgiu quando ele ainda era adolescente. Natural de Florianópolis, ele, hoje com 30 anos, se encantou com as histórias de segredos e intrigas que ocorriam sob os pés dos moradores da cidade.
– Ainda hoje, quando vou divulgar o livro nas escolas, como forma de incentivar o estudo da história local, percebo que as crianças ficam alvoroçadas com a história, curiosas pelo assunto – comenta o escritor.
O enredo do livro é uma união entre passado e presente. Um adolescente, juntamente com seus amigos, encontra o diário do avô. Nas páginas amareladas do caderno, eles descobrem os detalhes de um roubo de joias, em Blumenau. A data coincide com a véspera da invasão do exército alemão à Polônia. A partir de então, passam a seguir pistas que vão levá-los a descobertas sobre o nazismo, sobre um tesouro perdido e também a caminhar pelos túneis imaginários.
Continuação na rede
Advogado e professor universitário, Fernando Henrique Becker Silva reside em Blumenau desde 1991. O Segredo do Meu Avô é seu quinto livro e o terceiro romance. Antes disso, ele escreveu Fraternidade (2002), Zur Friedenspalme (2005), Carapanár e o Povo Sem Sono (2006) e O Aprendiz de Cavaleiro (2006).
Uma das novidades deste seu quinto livro é a interatividade. Por meio do site www.osegredodomeuavo.com.br, os leitores podem conferir outras histórias no mesmo cenário, fotos antigas e também contar as suas experiências, além de sugerir ideias para o autor. No final do livro, há um mistério a ser desvendado e que será revelado somente pelo site.
MITO?
Um dos principais alvos de lendas em Blumenau é o Teatro Carlos Gomes. De acordo com a cultura popular, uma das entradas do túnel estaria no subsolo do teatro, que teria sido construído em forma de quepe para homenagear Hitler e até abrigar o ditador. Após 70 anos da construção, a história continua polêmica. No Orkut há duas comunidades sobre o tema. Segundo a historiadora Sueli Petry, não há indício de túnel nos projetos de construção. O tempo de guerra e uma passagem interna no palco podem ter gerado os boatos, que se espalham até hoje.

ORDEM DA CAVALARIA 2

A Razão do Templo: a Arca da Aliança

O Templum Domini foi edificado para o sagrado propósito de guardar a Arca da Aliança, onde estavam encerradas as Tábuas da Lei, que Deus entregou a Moisés no Monte Sinai. A Arca representaria a aliança, o acordo, o pacto de união entre os reinos do céu e da terra, o trato feito entre Deus e o povo de Israel.


O artesão Bezalel, escolhido pelo próprio Deus, foi quem construiu a Arca, que era de madeira de acácia, media dois côvados[1] e meio de comprimento, um côvado e meio de largura e um côvado e meio de altura[2]; era revestida, por dentro e por fora, com ouro puro; tinha quatro argolas do mesmo metal - duas de cada lado, por onde eram passados dois cabos de madeira de acácia e também revestida de ouro, com as quais era carregada (Êxodo, 37:1-9).


Na Arca foram guardadas as duas tábuas de pedra (Êxodo, 25:16), um vaso contendo maná[3] e a vara de Arão, da qual saíram brotos[4] (Hebreus, 9:4), porém, quando foi colocada no Templo, havia somente as duas Pedras (2 Crônicas, 5:10), visto que os demais objetos haviam sido perdidos ou roubados.


[1] Um côvado correspondente a 45 centímetros, segundo a Bíblia de Estudo Plenitude. São Paulo, Sociedade Bíblica do Brasil: 1995.
[2] Na “Tradução para a Linguagem de Hoje”, as medidas da arca são as seguintes: 1,10m de comprimento, 0,66m de altura e 0,66m de largura.
[3] Êxodo, 16: 31 a 36.
[4] Números, 17.

ORDEM DA CAVALARIA 1

Para festejar a publicação, no Diário Oficial da União, da Lei n.º 12.208, de 19 de janeiro de 2010, que instituiu o Dia do DeMolay (a ser comemorado, anualmente, no dia 18 de março), decidi lançar - a conta-gotas para não entediar ninguém - uma série de artigos cuja reunião intitulei, na falta d’outro nome melhor e menor, “O Templo de Salomão e a Ordem dos Nobres Cavaleiros da Ordem Sagrada dos Soldados Companheiros de Jacques DeMolay: o processo de formação de um cavaleiro.”
Primeira gota:
INTRODUÇÃO

Desde que o homem tomou consciência de si, três perguntas têm lhe atormentando a existência: “de onde vim?”, “por que cá estou?” e “para onde vou?”. E é na Mitologia Judaica que empreenderemos a busca por respostas para estas três perguntas.

Perdido nos livros do Antigo Testamento, o Templo de Jerusalém ganhou algum destaque e prestígio durante a Idade Média, por conta do surgimento da Ordem dos Cavaleiros Templários, a mais poderosa organização militar do período medieval e cujo último Grão-Mestre, Jacques DeMolay, foi preiteado por uma organização de jovens fundada em 1919: a Ordem DeMolay.
Conta-se que um grupo de cavaleiros comandados por Hugues de Payens, no ano de 1118 d.C., se ofereceu ao então Rei de Jerusalém, Balduíno II, para defender os peregrinos que percorriam a estrada que unia Java à Cidade Sagrada para visitar os lugares por onde Jesus Cristo havia pisado. O rei, aceitando a proposta, cedeu como alojamento àqueles nobres europeus as ruínas do Templo de Salomão, dando origem à ordem religiosa dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou, simplesmente, Ordem dos Cavaleiros Templários.

Mas qual seria a importância do Templo de Salomão? Por que justamente este lugar foi dado aos cavaleiros? Qual a magia e os mistérios que envolvem o Templo?

A lenda do Templo de Salomão evidencia a existência de verdades assimiladas e perpetuadas pelo povo hebreu, recebido talvez pelo próprio IHVH.
E por tratar-se de um segredo revestido de lenda, oportuna a busca por descobri-lo do véu que o envolve há milênios e assim, tomar contato com um mistério divino, um mistério que quiçá nos permita conhecer a respostas para aquelas três perguntas lá de cima.

Porém, adverte-nos RAMON AROLA (in O Simbolismo do Templo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1986, p. 33):

Buscar o Templo de Salomão entre os resíduos de pedra, é ignorar de que templo se está falando. O templo de Salomão é o templo perfeito e sincrônico que Deus desenha ao criar o mundo, é o seu ato puro, a fim de configurar sua morada. Este ato não consta da história, da cronologia; este ato, esta divisão/temporalização de sua Unidade oculta, ocorre agora, neste instante, porém não sabemos vê-lo, posto que enxergamos apenas com os olhos externos, com as quantidades e, desta forma, é impossível ‘ver’ o Templo de Salomão. Seria ridícula pretensão, querer-se falar dos conteúdos simbólicos do templo.

É a nossa deixa!
(continua...)

MERCHANDISING 2

Matéria publicada no jornal online FOLHABLU.com.br:
"Romance policial infanto-juvenil explora o mito dos túneis secretos que cruzam o subsolo de Blumenau
Para escrever um romance policial infanto-juvenil, o advogado Fernando Henrique Becker Silva buscou inspiração numa das mais instigantes e difundidas lendas urbanas de Blumenau, dando conta da existência de túneis secretos que cruzam o subsolo da cidade e de que o Teatro Carlos Gomes teria sido construído para receber Adolf Hitler no Brasil. A obra O Segredo do meu Avô é o quinto livro do autor e explora esse mito, mas também procura incentivar o estudo da história local.
A história é toda ambientada em Blumenau, no início do século 21, trazendo a história do adolescente Eduardo e seu grupo de amigos. Eles se veem envolvidos no roubo de um diário que traria detalhes de um assalto a um joalheiro ocorrido às vésperas da invasão da Polônia, pelo exército alemão, além de trazer pistas sobre o lugar onde as joias estariam escondidas há mais de 60 anos.Para enriquecer o enredo, a contracapa do livro estampa o Jornal Der Urwaldsbote, edição de 31 de agosto de 1939. A reportagem relata que Ahmed Manoug Pamuk, um famoso joalheiro de passagem pela cidade, foi brutalmente assassinado na madrugada de 29 de agosto daquele ano, quando retornava do jantar a ele oferecido no Schützendesellschaft.
Sua preciosa coleção de joias turcas desapareceu misteriosamente do cofre do hotel onde estava hospedado. Vários suspeitos do homicídio foram detidos e interrogados pela polícia, mas nenhuma pista substancial sobre a valiosa bagagem foi descoberta.Uma história que começou a ser desvendada após o livro ser encontrado em um arquivo histórico paulista, no início do século 21.
Nazismo, crimes, enigmas, túneis secretos, perseguições pelas ruas de Blumenau e um tesouro a ser encontrado, dão fôlego a história.
O livro foi impresso em papel reciclado, para dar ênfase à preservação ambiental.
A lenda dos túneis secretos de Blumenau tem sequência na rede, no site www.osegredodomeuavo.com.br. É uma extensão do livro, com muita interatividade.Nele, o internauta tem a chance de contar suas experiências ou o que já ouviu a respeito do mito dos túneis. Pode ainda se situar na história e na cidade por meio de mapas; ver fotos dos principais pontos históricos mencionados no livro; deixar seu recado e ler outros textos do autor; sugerir enredos para um novo livro envolvendo a trupe de Eduardo, além de desvendar o mistério lançado no final do livro.
Com 30 anos, Fernando Henrique Becker Silva, é catarinense de Nossa Senhora do Desterro, mas reside em Blumenau desde 1991. É advogado e professor universitário. O Segredo do meu Avô é seu quinto livro – o terceiro romance. Outras obras: Fraternidade (2002), Zur Friedenspalme (2005), Carapanár e o Povo sem Sono (2006) e O Aprendiz de Cavaleiro (2006)."
Fonte:

MERCHANDISING 1

Matéria publicada no Jornal Metas, em 17 de abril de 2009 (edição 580):




"ROMANCE PRÉ-ADOLESCENTE

Novo livro de Fernando Becker explora um mito muito conhecido em Blumenau


Uma narrativa envolvente e sedutora. São estas as principais características do terceiro romance publicado por Fernando Henrique Becker Silva, intitulado “O Segredo do Meu Avô”. A obra foi lançada no início deste mês e é destinada ao público pré-adolescente. “O livro é inspirado na Coleção Vagalume, que causou furor entre os adolescentes nas décadas de 80 e 90”, ressalta Fernando. Apesar de ter sido lançada recentemente, a obra já é alvo de críticas positivas e de elogios.Uma das mais instigantes e difundidas lendas urbanas da cidade de Blumenau é o tema abordado pelo autor no livro. Reza a lenda que o Teatro Carlos Gomes teria sido construído para receber Adolf Hitler no Brasil, ou ainda, para ser sede do III Reich nas Américas. Há comentários também que existem vários túneis secretos que cruzam o subsolo da cidade, o que permitiriam uma fuga emergencial do grande ditador alemão. “A obra é pura ficção, porém, o contexto histórico da obra é verdadeiro”, explica Fernando. Segundo o autor, o objetivo do livro, além de incentivar o estudo da história local, é criar o hábito da leitura nos adolescentes. O livro demorou três anos para ser finalizado e há uma grande possibilidade da obra se tornar filme. A obra está sendo distribuída em todo o Brasil, inclusive para escolas, e quem quiser adquirir um exemplar do livro pode encontrar em Gaspar, na loja Xodó Som.


O autor


Fernando Henrique Becker Silva é natural de Florianópolis mas reside em Blumenau desde 1991. É advogado e professor universitário. Apesar de ter escolhido a advocacia como profissão, Fernando confessa que a arte da escrita sempre esteve presente na sua vida. “Desde os sete anos eu sonhava em me tornar escritor”, ressalta. Uma das paixões do autor é a leitura, e seus escritores preferidos são Érico Veríssimo e Gabriel Garcia Márquez. Além de “O Segredo do Meu Avô”, Fernando publicou outros dois livros de história; “Fraternidade”, em 2002 e “Zur Friedenspalme”, em 2005; além dos romances “Aprendiz de Cavaleiro” e “Caranapá e o Povo Sem Sono”.


Interatividade


Para conhecer mais sobre os trabalhos de Fernando Henrique Becker Silva, pode acesse o site http://www.osegredodomeuavo.com.br/. Nele, o leitor pode situar-se por meio do mapa da cidade, ver fotos dos principais pontos mencionados no livro, contribuir para a construção da lenda dos túneis secretos de Blumenau, narrando suas experiências ou contando o que já ouviu a respeito, deixar um recado para o autor e desvendar o mistério lançado no final do livro."


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

NOVA LEGITIMIDADE ATIVA NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS

A recém publicada Lei n.º 12.126, de 16 de dezembro de 2009, deu nova redação ao § 1.o do art. 8.o da Lei no 9.099/1995, e, agora, além das pessoas físicas capazes (excetuados os cessionários de direito de pessoas jurídicas), poderão propor ação nos Juizados Especiais Cíveis as microempresas (Lei n.º 9.841/1999), as OSCIPs - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Lei n.º 9.790/1999), e as sociedades de crédito ao microempreendedor (Lei n.º 10.194/2001).

Traz-se, por oportuno, que o artigo 74, da Lei Complementar nº 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte) já previa que também as empresas de pequeno porte são admitidas como proponentes de ação perante os Juizados Especiais Cíveis.

Por se tratar da LC 123/2006 de lei hierarquicamente superior, as empresas de pequeno porte permanecem com legitimidade para propor ação nos Juizados Especiais Cíveis, apesar de excluídas (ou melhor, não incluídas) pela Lei n.º 12.126/2009.

JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA

Enquanto o artigo 8.º, da Lei n.º 9.099/1995 vedava expressamente a participação, como réus, das pessoas jurídicas de direito público nas ações que tramitassem perante os Juizados Especiais Cíveis, a Lei n.º 12.153, de 22 de dezembro de 2009, instituiu os Juizados Especiais da Fazenda Pública, com competência para “processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.”

Num sistema bastante semelhante ao dos Juizados Especiais Federais (criados pela Lei n.º 10.259/2001), agora pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte poderão promover ações em face dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

Vale o destaque de que, para a execução de sentenças condenatórias de obrigação de pagar, até a publicação pelo ente da Federação de lei própria¹ que estabeleça, para os fins do disposto no § 3º do art. 100 da Constituição Federal e no art. 78 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, as obrigações de pequeno valor (a ser satisfeita mediante RPV²), serão assim consideradas quarenta (40) salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Federal e trinta (30), quanto aos Municípios. As sentenças cuja obrigação exceda tais valores serão satisfeitas mediante precatório.


¹ Em Blumenau (SC), a Lei Municipal Ordinária n.º 7.419/2009 define como de pequeno valor “os débitos ou obrigações da Administração Direta do Município, suas Autarquias e Fundações Públicas oriundos de sentenças judiciais transitadas em julgado, cujo montante não exceda a R$ 6.975,00 (seis mil novecentos e setenta e cinco reais)". Sendo devedora a Fazenda Pública Estadual, em Santa Catarina considera-se de pequeno valor as obrigações de até quarenta salários mínimos, nos termos da Lei Estadual n. 13.120/2004.